MOBILIDADENotíciasOutros

Congestionamentos na Via Expressa de Florianópolis expõem urgência por melhorias estruturais

 

A Via Expressa (BR-282), principal rota de acesso à Ilha de Santa Catarina, enfrenta uma situação crítica. Apesar da ampliação realizada em abril de 2020, que aumentou de quatro para seis o número de faixas, o crescimento populacional da Grande Florianópolis, combinado com o aumento do número de veículos, colocou a rodovia à beira de um colapso. Diariamente, motoristas que utilizam a BR-282 se deparam com longos congestionamentos, especialmente nos horários de pico, ao tentar acessar a Ilha pela manhã ou retornar à BR-101 no fim do dia.

Nos últimos quatro anos, a demanda por melhorias só aumentou, e o congestionamento diário revela que as obras realizadas durante a pandemia, embora importantes na época, não são mais suficientes.

Projetos e desafios

O projeto original da Via Expressa, elaborado há anos, previa mais do que a simples ampliação de faixas. Entre as propostas está a criação de faixas exclusivas para ônibus e a conexão da rodovia com a Avenida das Torres, em São José, além de uma extensão que ligaria o trajeto até Santo Amaro da Imperatriz. Essa nova rota cortaria também o futuro Contorno Viário da BR-101, funcionando como uma alternativa viária crucial para desafogar o trânsito na região.

No entanto, apesar da urgência evidente, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não conseguiu tirar do papel essas intervenções mais abrangentes. Ao ser questionado sobre o andamento dos projetos, o órgão confirmou que o plano para a Via Expressa está pronto, mas carece de recursos financeiros significativos para sua execução. “A obra é de grande porte e exigirá altos investimentos, além de uma série de desafios logísticos”, afirmou a assessoria do DNIT.

Custo e coragem para avançar

Além do custo elevado, há a necessidade de uma articulação entre diferentes esferas de governo e da própria sociedade civil. Uma obra de tamanha magnitude envolve planejamento a longo prazo e, principalmente, decisões corajosas. “Não se trata apenas de dinheiro. É preciso coragem política e administrativa para enfrentar esse problema e avançar com as obras. Estamos falando de uma região em expansão, com um trânsito cada vez mais caótico”, comenta o urbanista Pedro Lopes.

Enquanto isso, o tempo segue passando, e a pressão sobre a Via Expressa aumenta. Com o crescente número de veículos, o congestionamento diário tem um impacto negativo não só na qualidade de vida dos moradores, mas também na economia local. Empresas e serviços logísticos enfrentam atrasos constantes, elevando os custos de transporte e afetando diretamente o comércio da região.

O futuro da Via Expressa

Sem uma solução imediata à vista, a Via Expressa continuará sendo um ponto crítico de congestionamento em Florianópolis. As promessas de melhorias, enquanto não saem do papel, refletem a necessidade urgente de uma gestão eficaz de infraestrutura e transporte para acompanhar o desenvolvimento da Grande Florianópolis. A população, por sua vez, aguarda por ações concretas e por um debate sério sobre a mobilidade urbana, que precisa ser priorizada para garantir um futuro mais fluido e sustentável para a cidade.