Pedágio Eletrônico Sem Cancelas Chega ao Brasil: Pagamento por App e Cobrança por Trecho Percorrido
A partir desta semana, o pedágio eletrônico, também conhecido como free flow, começa a se consolidar como uma realidade nas rodovias privatizadas do Brasil. Nesta segunda-feira (14), o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou uma resolução que atualiza as regras para a adoção do sistema, que permite que os motoristas paguem o pedágio sem precisar parar em cabines.
O modelo, que já foi testado em estados como Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, apresentou resultados positivos, tanto no aumento da fluidez do trânsito quanto na redução da emissão de carbono. Agora, o sistema se prepara para ser ampliado a nível nacional.
Como funciona o pedágio eletrônico?
O free flow elimina as tradicionais praças de pedágio e substitui o sistema por pórticos de monitoramento que identificam o veículo em movimento. Isso é possível graças a tecnologias como leitura de placas, imagens do veículo e a colocação de tags nos para-brisas dos automóveis. Dessa forma, o motorista não precisa parar para realizar o pagamento. Tudo é feito de maneira automática.
O grande diferencial do sistema está na forma de cobrança. O pedágio eletrônico permite que o motorista pague apenas pelo trecho percorrido, ao contrário das cabines tradicionais, que cobram uma tarifa fixa, independente da distância percorrida. Segundo o secretário Nacional de Trânsito do Ministério dos Transportes, Adrualdo Catão, esse modelo pode trazer economia para os usuários. “O cidadão vai pagar por aquilo que usou, tornando o uso da rodovia mais justo e barato”, destacou.
Pagamento por aplicativo e novos prazos
A cobrança será centralizada no aplicativo Carteira Digital de Trânsito, que faz parte da plataforma Gov.br, permitindo que o motorista acompanhe todas as passagens e realize os pagamentos de maneira digital. O novo sistema também amplia o prazo para quitar o valor do pedágio: agora, os usuários terão até 30 dias para realizar o pagamento. Após esse período, o não pagamento será considerado infração grave, resultando em uma multa de R$ 195 e cinco pontos na CNH.
“A concentração da notificação sobre a cobrança e o pagamento na plataforma digital vai melhorar a comunicação com os usuários, simplificando a vida do cidadão”, afirmou Catão. Ele ressalta que uma das maiores reclamações era a falta de clareza em relação ao pagamento, algo que será resolvido com a centralização das informações.
Impacto nas rodovias
Além de ser mais prático para os motoristas, o sistema free flow tem como objetivo melhorar a fluidez do tráfego. Sem a necessidade de paradas nas praças de pedágio, a expectativa é de que o trânsito flua com mais rapidez, principalmente em horários de pico ou em rodovias com grande volume de veículos.
Nos testes realizados em alguns estados, o modelo também se mostrou mais sustentável, reduzindo a emissão de gases poluentes. A eliminação das filas e paradas nas praças contribui para uma menor queima de combustíveis e, consequentemente, uma menor emissão de CO2 na atmosfera.
Próximos passos
Com a aprovação da resolução pelo Contran, a expectativa é de que a implementação do sistema se acelere nas rodovias que já possuem concessão privada. A mudança deve beneficiar, inicialmente, as principais vias de escoamento de carga e turismo do país, que enfrentam gargalos constantes devido às tradicionais praças de pedágio.
Para os motoristas, a transição para o sistema eletrônico deve trazer mais praticidade e economia. Com a cobrança por trecho percorrido, muitos usuários passarão a pagar valores menores do que os cobrados nas cabines convencionais, especialmente aqueles que trafegam por curtas distâncias.
Essa modernização do pedágio é vista como um avanço na infraestrutura rodoviária do Brasil, e faz parte de uma série de medidas que buscam integrar tecnologia e inovação para melhorar a experiência dos usuários nas rodovias do país.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Informações: Agência Brasil
Fonte: ND Mais